Já está disponível na internet o documento com os Termos de Serviços da API Mirror. É com essa API que os desenvolvedores do mundo inteiro poderão criar aplicativos para o gadget mais falado dos últimos anos: o Google Glass.
Porém, entre os detalhes técnicos para acessar os recursos da lente, a seção 2 chamou bastante a atenção: não é permitido criar aplicativos que sirvam ou incluam propaganda! Simples assim. :)
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Pop-up free! |
Porém, entre os detalhes técnicos para acessar os recursos da lente, a seção 2 chamou bastante a atenção: não é permitido criar aplicativos que sirvam ou incluam propaganda! Simples assim. :)
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Tecla SAP: Sem Publicidade. |
Apesar do tópico ser sucinto e direto, não é o fim do mundo para quem vive de publicidade. Acredito que o Google está proibindo aplicativos como o Facebook, que possui um determinado objetivo, mas vincula ads de terceiros. Mas sabemos que existem outras oportunidades. A experiência com aplicativos para mobile fez o mercado amadurecer e enxergar soluções. É coerente pensar que o Google não criará problemas com aplicativos que entreguem serviços e agreguem valor a plataforma, mesmo que este seja o aplicativo de uma marca.
Apple Feelings
Outro tópico dos Termos de Serviços que surpreendeu, foi referente a distribuições dos apps. Quem fizer aplicativos para o Google Glass terá que disponibilizá-los obrigatoriamente no marketplace do Google. Esse controle excessivo é uma novidade para quem desenvolve para Android, pois o Google sempre permitiu a publicação de aplicativos móveis em canais diferentes da Google Play.
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Aplicativos disponíveis só nos canais do Google. |
Já os desenvolvedores de aplicativo para iOS não sentirão tanto essa regra. Hoje, para ter o aplicativo publicado na Apple Store, é preciso ser homologado pela maçã. Além de pagar pela publicação, a Apple ainda avalia se o aplicativo merece ser publicado ou não. Resta saber se o Google também terá um processo de homologação e se esse será pago também. Aguardemos.
Menos Ads, menos Freemiums, mais... ?
A proibição de anúncios vai fazer muito desenvolvedor de Android "pensar fora dos banners". Pode até não ser uma decisão definitiva do Google, mas enquanto a publicidade estiver vetada, os desenvolvedores terão que procurar outras formas de monetizar os serviços criados.
O problema é que a segunda posição no Top of Mind da monetização, o modelo Freemium, está aparentemente proibido no Glass. A seção 3 dos Termos de Serviços deixa claro que não é permitido cobrar por funcionalidades do aplicativo. Então, não tem como aplicar a boa e velha tática do "usa um pouquinho, vai gostando, que depois eu cobro".
"É product placement na vida real" #soquenao?
A edição de fevereiro da Revista ESPM trouxe uma entrevista muito boa com Ian Pearson, futurólogo profissional. Ele não lê a mão de ninguém, não joga cartas e nem búzios, mas tem um histórico comprovado de 85% de acerto nas previsões. Pearson é um físico que ganha a vida para imaginar o mundo que assistimos em filmes como Minority Report. O curioso é que nessa entrevista, Pearson faz projeções justamente sobre o Google Glass. Para ele, ao usar o gadget do Google a "nova" propaganda vai permitir que nós interajamos (é isso mesmo Pasquale?) com os nossos objetos de desejo no meio da rua, através de realidade aumentada. É o que ele define como "product placement na vida real para valer".
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Termos de Serviço do Google Glass indo contra as previsões do futurólogo? |
Acredito em muitas das previsões de Pearson. Mas publicidade em forma de Product Placement com Realidade Aumentada talvez não seja agora... não com o Google Glass. Porém, assim como Pearson previu, é provável que, já nos primeiros aplicativos dos óculos do Google, interagiremos com produtos virtuais no mundo real. Mas se o Google mantiver a regra, isso vai ocorrer nos aplicativos específicos de cada marca.
Fica, então, um grande desafio na mão de empresas e desenvolvedores: criar diferentes meios de interação e serviços, ao invés de pop-ups nos olhos dos outros.
Fica, então, um grande desafio na mão de empresas e desenvolvedores: criar diferentes meios de interação e serviços, ao invés de pop-ups nos olhos dos outros.
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google glass,
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